ENSAIOS INTERDISCIPLINARES NA SOCIEDADE

EDUCAÇÃO, HISTÓRIA E CONTEMPORANEIDADE

Autores

  • Ellery Henrique Barros da Silva
  • Alexandre Moura Lima Neto

DOI:

https://doi.org/10.55470/editora.978-65-994576-8-5

Palavras-chave:

Educação, História, Contemporaneidade

Resumo

O livro “Ensaios Interdisciplinares na Sociedade: Educação, História e contemporaneidade” é organizado pelos professores e pesquisadores Ellery Henrique Barros da Silva (UEMA/UFPI) e Alexandre Moura Lima Neto (UFMA). Ellery é doutorando em Psicologia pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Atualmente é Professor substituto na Universidade Estadual do Maranhão (CESC/UEMA) e Professor Formador (UFPI/CEAD). É membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Psicologia Educacional, Queixa Escolar e Desenvolvimento Humano (PSIQUED) e da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE). Alexandre é Mestre em Cultura e Sociedade e Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), licenciado em Pedagogia pela Faculdade Latino Americana de Educação. Atualmente é Professor do Instituto Maranhense de Ensino e Cultura (IMEC). Destaca-se ainda que, os autores que compõem os dezesseis (16) capítulo do livro, são pesquisadores, professores e alunos de diferentes áreas do conhecimento, que integram e analisam de forma primorosa as práticas formativas e educativas da Educação Básica, Ensino Superior e da Pós-Graduação. Desta forma, coletivamente idealizaram este livro, como forma de divulgar e socializar suas pesquisas na área da Educação e da História.

Nesta perspectiva, receber o convite para elaborar o prefácio desta obra me entusiasmou, tendo em vista a relevância da temática para o campo da formação, prática pedagógica e educativa de professores. Discutir os diferentes projetos de formação e educação, dando ênfase na promoção e na ampliação de novas formas de conhecimento, atentando a temática sugerida. 

Entende-se ainda, que a produção brasileira sobre interdisciplinaridade é vasta e tem duas referências centrais: Hilton Japiassu e Ivani Fazenda, ambos influenciados pela obra do filósofo francês Georges Gusdorf. De modo geral, para Gusdorf (1995), a interdisciplinaridade é a busca pela totalidade do conhecimento em oposição ao saber fragmentado. Não se trata de justaposição, mas de comunicação. O interesse se dirige para as confrontações mútuas entre as disciplinas, trata-se de um conhecimento dos limites, instituindo entre os diversos ocupantes do espaço mental um regime de co-propriedade, que fundamenta um diálogo entre os interessados. (GUSDORF, 1995).

Nesse sentido, o campo da interdisciplinaridade é onde se discute uma forma de conhecimento e prática em que não há mais fragmentação. A base para essa construção é o diálogo entre as disciplinas. Nesta obra, encontramos a proposição da interdisciplinaridade e seu estabelecimento de relações entre diversos ramos do conhecimento; em que participam do processo e influenciam outros conhecimentos no contexto da Sociedade, Educação e História.

Evidencia-se neste livro, os reflexos da interdisciplinaridade proposta por Japiassu (1976) como um processo em que há interatividade mútua, em que todas as disciplinas e campos de conhecimentos que participam do processo devem influenciar e ser influenciadas umas pelas outras. Assim, a interdisciplinaridade se impõe como prática e como ação, superando a dicotomia entre a pesquisa teórica e a pesquisa aplicada, também entre conhecimento e prática.

Nesta coletânea, observa-se o compromisso dos pesquisadores em analisarem também as políticas educacionais do campo da formação e do desenvolvimento profissional dos professores, que é premente diante deste cenário de ataques à formação inicial e à formação continuada. Visto que tivemos a aprovação, de forma impositiva, da Resolução n. 02 (BRASIL, 2019) que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC - Formação), bem como, recentemente, tramitou uma minuta de Resolução de Diretrizes Curriculares Nacionais e Base Nacional Comum para a Formação Continuada de Professores da Educação Básica (BNC-Formação Continuada) que, praticamente sem discussão coletiva pelos pares e comunidade, já foi anunciada como aprovada.

Desta forma, na análise tanto da Resolução n, 02 (BRASIL, 2019), quanto da minuta da resolução da formação continuada de professoras, fica evidente a vinculação à Base Nacional Curricular Comum da Educação Básica – BNCC (BRASIL, 2017) e sua influência direta na formação dos professores. Na referida resolução, assim como na minuta, são estabelecidas três competências centrais: conhecimento profissional; prática profissional; e, engajamento profissional, que delas derivam uma ramificação de habilidades e atitudes, esperadas que sejam trabalhadas no processo formativo de professores. Reduzindo a formação plena dos professores, defendida pelo coletivo de professores-pesquisadores há décadas no Brasil.

Esse livro contrapõe a proposição da racionalidade técnica e de uma formação de professores direcionada somente para o mercado de trabalho, como evidenciado pelas atuais políticas públicas educacionais e formativas. Visto que, os autores compreendem que o professor não se forma apenas ao ingressar na universidade, não traz apenas consigo as suas experiências vividas no seu contexto social, mas também as suas dificuldades sobre os conhecimentos científicos, didáticos e pedagógicos. Por isso, é preciso pensar na sua formação teórico-prática, para que tenha o acesso aos conhecimentos historicamente produzidos pela humanidade, e assim possa desenvolver-se profissionalmente. Uma vez que o seu trabalho docente tem caráter coletivo, e tem influência de todas as leituras, diálogos e contextos humanos.

Assim, dialogando com Ailton Krenak (2019), com base no seu livro “Ideias para adiar o fim do mundo”, nos ensina que os povos indígenas se constituem como sujeitos coletivos que não protocolam e nem normatizam a vida. Ao contrário, contemplam a diversidade como forma de conhecer o mundo, tendo no sonho um caminho para a aprendizagem que permite a emergência de cantos, danças e inspirações. O sonho como conhecimento da realidade para interagir com pessoas e com a Terra. Poder sonhar e contar outra história é uma via para adiar o fim do mundo. “Não o sonho referenciado de quando se está cochilando ou que a gente banaliza ‘[...] estou sonhando com o meu próximo emprego, com o próximo carro’” (KRENAK, 2019, p. 65-66). Mas como experiência transcendente na qual o casulo do humano implode, se abrindo para outras visões da vida não limitada. Talvez seja outra palavra para o que chamamos de natureza.

Nesta dimensão, é pela força da escrita, fala e presença, certeira como flecha mirando o alvo, que Krenak (2019) nos convida, “os brancos”, se assim o desejarmos, a habitar o mundo de outra maneira. Para isto, é necessário que o entendimento de nós mesmos não possa se dar mediado pela mercadoria, exigindo um voltar-se para as produções subjetivas possibilitadas a partir de nossas relações com humanos e não humanos. Encontra-se  nesta obra, organizada pelos professores Ellery Henrique Barros da Silva e Alexandre Moura Lima Neto, o diálogo interdisciplinar de diversos temas, fundamentais para o recontar da história da humanidade, que seja mais leve e significativa, a citar: tecnologias, educação à distância, políticas públicas educativas e formativas de professores, interdisciplinaridade, horta escolar, cursos de licenciaturas e técnicos, pedagogia de projetos, práticas pedagógicas, atividades complementares, currículo, graduação, pós-graduação, história, inclusão educacional, educação de jovens e adultos, educação profissional, dentre outros.

Certamente uma obra com uma contribuição fundamental para as diferentes temáticas da formação inicial ou da formação continuada de professores, que subsidiarão os estudos das professoras e dos professores, pesquisadoras e pesquisadores que se interessam pelo campo da formação e do trabalho das/dos professoras/es. Pois, de acordo com Fazenda (2006) ao tratarmos da Interdisciplinaridade há uma relação de reciprocidade, de interação que pode ajudar no diálogo entre diferentes conteúdos, desde que haja uma intersubjetividade presente nos sujeitos.

 Entende-se a educação e a formação do professor como ações sociais e atos políticos que fazem sentidos quando ultrapassam o conhecimento da realidade e se projeta por transformá-la, transforma os sujeitos e suas percepções de mundo. Sendo necessário o coletivo dos anseios sociais e políticos de manifestações promotoras da democracia e da solidariedade pela conquista da emancipação do sujeito. O que exige formação crítica dos professores(as) e demais envolvidos com a educação, em vista da produção de novos saberes e fazeres, para utilizá-los na superação das desigualdades e formas de opressão, hegemonia e ideologia implantada pela classe dominante e buscar a democratização de acesso e permanência na educação e formação de professores. “A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate. A análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa. Como aprender a discutir e a debater com uma educação que impõe?” (FREIRE, 1967, 67)

Nesta perspectiva, os autores desta obra não fugiram da discussão crítica, intensificando a dimensão de uma educação como prática de liberdade. Baseada nessas dimensões, passaremos a apresentar o livro, que logo no primeiro capítulo – intitulado “As Tecnologias na Educação à Distância: os riscos e os seus benefícios para a aprendizagem,” apresenta uma pesquisa bibliográfica que analisa a importância das TICs de acesso à internet na consolidação de uma aprendizagem mais significativa na educação à distância (EAD). Os autores refletiram à democratização e ascensão das novas tecnologias de informação e comunicação; EAD e as tecnologias digitais; e a publicidade na internet, seus benefícios e malefícios para a pesquisa. Concluiu-se que a EAD é essencial para a democratização do ensino, entretanto, diante da vulnerabilidade da internet é sempre válido estimular a consciência ética dos estudantes para a seriedade da pesquisa e da construção do conhecimento.

Desta forma, o segundo capítulo delimitado “As mudanças na legislação educacional e os impactos na prática docente: a perspectiva dos professores” teve por objetivo discutir como as mudanças na legislação educacional impactam na profissão docente na perspectiva de professores de cursos profissionalizantes. O estudo situou teoricamente os reflexos das políticas formativas na prática docente e a definição legal do profissional da educação, e como os mesmos têm acesso ao conhecimento das leis educacionais. Realizou-se uma pesquisa de natureza quanti-qualitativa, de campo, que teve como sujeitos 26 professores de uma escola profissionalizante, tendo o questionário como instrumento de coleta de dados e a técnica de análise de dados, aplicou-se a Análise de Conteúdo. Os resultados apontam que os professores relacionam as mudanças ocorridas na legislação como plurais e inclusivas, em vista das garantias de direitos, evidenciando o processo de ensino-aprendizagem. Devendo promover mudanças significativas para as práticas docentes.

No terceiro capítulo “Horta escolar: proposta interdisciplinar para ensino de Química em escolas do campo”, o estudo descreve uma proposta do ensino de Ciências/Química baseado na temática “horta escolar” para escolas do campo. Aborda conteúdos de Química para relacionar as teorias da ciência com o dia a dia dos educandos. Assim, o ensino de Química será integrado nos processos de aprendizagem das técnicas de oleicultura associando o conhecimento científico ao cotidiano dos alunos. A horta inserida no ambiente escolar, é uma possibilidade para discutir a educação ambiental, alimentar e os conhecimentos químicos junto aos alunos da educação do campo, promovendo um ensino associado entre e a prática e significação de saberes. Levando em consideração o dia a dia da comunidade escolar, reconhecendo a relação entre solo, água e nutrientes, estudos de alguns elementos da tabela periódica, incluindo número atômico e massa, substâncias químicas contidas em plantas que podem ser usadas no controle de pragas, aplicar conceitos de química relacionando as teorias da ciência com o dia a dia dos estudantes.

O quarto capítulo intitulado “Um recorte acerca dos Projetos Integradores dos cursos de licenciatura do IFPI Campus Floriano entre o presencial e o virtual dos cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas e Matemática, apresentar o que as normativas e documentos oficiais propõem para a disciplina em estudo,  mostrando a visão de alguns sujeitos sobre o trabalho pedagógico interdisciplinar, em vista da construção da autonomia e da identidade docente dos graduandos, promovendo a integração entre a teoria e a prática. Projetos que se fundamentam no domínio dos conhecimentos científicos e didáticos, buscando a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Para embasamento teórico, utilizou-se os Projetos Pedagógicos dos cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas e Matemática, o Parecer CNE/11/2020, a Resolução CNE/CP nº 2 de 2015, como também, outros referenciais que orientam a prática docente, o ensino e a aprendizagem de forma remota, durante a pandemia da COVID-19.

Dando continuidade, no sexto capítulo encontramos o trabalho “­­­Pedagogia de Projetos na Educação Infantil: relato de experiência em uma Creche Municipal De Crato/CE. Este artigo apresenta relato de experiência acerca do projeto “A Descoberta da Borboletinha”. É uma revisão bibliográfica para analisar a Pedagogia de Projetos como uma alternativa no processo de ensino/aprendizagem da Educação Infantil. Apresenta o contexto histórico no Brasil, o referencial teórico sobre projeto desenvolvido junto as crianças da educação infantil e considerações finais. A Pedagogia de Projeto é o caminho pelo qual o trabalho em sala de aula se configura como uma organização didática promovendo a construção da autonomia intelectual das crianças, estimulando sua curiosidade. O desenvolvimento do projeto junto aos alunos nos fez refletir como é essencial um fazer pedagógico que permita as crianças explorarem e reconstruírem algo que já conheciam oferecendo às elas a oportunidade de serem protagonistas de suas aprendizagens.

Nesta perspectiva, o sétimo capítulo aborda a “Prática Pedagógica Interdisciplinar na Formação do Licenciando em Biologia”, a interdisciplinaridade permite diálogos nos campos científicos das disciplinas pedagógicas construindo uma estrutura de linguagem mútuas nas áreas do conhecimento. O trabalho é resultado de uma investigação a respeito das dificuldades e contribuições durante a elaboração e execução de projeto pedagógico interdisciplinar dentro das disciplinas de Prática Pedagógica Interdisciplinar (PPIs) I e III no curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Piauí em Floriano PI. A pesquisa de caráter qualitativo e contou com a análise documental como suporte metodológico. Analisou-se as ementas das disciplinas do Projeto Político Pedagógico – PPP para comparar com os apontamentos de outros autores sobre interdisciplinaridade. Conclui-se que ainda se necessita de esclarecimentos no sentido epistemológico, funcional e social nos cursos de licenciatura. Entretanto, sua implementação nas disciplinas pedagógica como as PPIs, promove a efetivação de metodologias e práticas no ensino de Biologia, potencializando a formação dos futuros professores.

Já no oitavo capítulo está delimitado como: “Uma investigação sobre as atividades complementares, teórico-prático de aprofundamento e práticas curriculares em comunidade e sociedade”, com o objetivo analisar a concepção por parte dos alunos sobre as atividades extracurriculares e se o gerenciamento dessas atividades pode ser otimizado utilizando os recursos da tecnologia da informação. Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, na qual utilizou-se um questionário através da ferramenta Google Forms. Os sujeitos da pesquisa foram 92 (noventa e dois) alunos ingressantes, intermediários e concluintes dos cursos de nível Superior. Os dados obtidos mostraram ainda que 52,2% não utilizavam ferramentas digitais. Portanto, as atividades extracurriculares corroboram para a formação dos alunos em cursos de nível superior e são desafios que precisam ser planejados e realizados pelos estudantes de graduação.

Na sequência encontramos o nono capítulo “A Construção das Unidades Curriculares Eletivas Complementares em Cursos Técnicos Integrados na IFPI Campus Floriano”, o estudo teve como objetivo analisar o processo de implementação das disciplinas complementares nos cursos técnicos integrados ao médio no campus Floriano - IFPI. O referencial apresenta as discussões a respeito da flexibilidade do currículo no ensino médio, ressaltando as orientações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Pesquisa de caráter exploratório e de abordagem quantiqualitativa, optou-se pelo estudo de caso. Os sujeitos da pesquisa foram dezoito docentes do Grupo de Trabalho (GT) no campus Floriano - IFPI. Para a coleta de dados utilizou-se um questionário aplicado via Google Forms, com perguntas abertas e fechadas. As potencialidades apontadas consistiram no uso das tecnologias como ferramenta facilitadora, o desenvolvimento do protagonismo dos estudantes e a possibilidade de utilizar diferentes estratégias metodológicas. Quanto aos limites, foram apontadas: a dificuldade na realização de atividades práticas e culminância dos projetos, organização de grupos de trabalho, realização do planejamento coletivo, a efetivação da interdisciplinaridade e a falta de engajamento de alguns docentes.

No décimo capítulo “Pós-Graduação na Modalidade EAD: Limites e desafios no processo de ensino e aprendizagem, tem por objetivo geral descrever os limites e desafios no processo de ensino e aprendizagem de alunos de pós-graduação na modalidade EAD, a partir da análise de aspectos históricos e a superação de seus desafios no decorrer do curso. Com efeito, buscou-se demonstrar que a EAD, vem avançando paulatinamente, e que sua democratização possibilita acesso e permanência de muitos à educação, em especial a pós-graduação latu sensu, objeto deste estudo. O estudo partiu de uma abordagem qualitativa, de cunho descritiva, como procedimentos e técnicas de produção dos dados, optou-se pelo questionário, usando de meios virtuais para escolha, envio e recebimento dos questionários. Constatou-se os desafios enfrentados pelos alunos da EAD, como o pouco conhecimento e acesso das TICs que são fundamentais para a EAD, autonomia dos alunos, dentre outros que vem sendo enfrentados e superados.

O decimo primeiro capítulo intitulado “Uma escola e seu patrono: um olhar sobre a história de Floriano através da trajetória de vida do Agrônomo Francisco Parentes”, reporta-se a uma pesquisa que se insere na área da História da Educação e que versa sobre o gênero biográfico de patronos escolares. Refletindo sobre as informações trazidas as homenagens feitas ao biografado, tais como: patrono do Grupo Escolar, a estátua situada no cais Beira Rio em Floriano, bem como a medalha de mérito Agrônomo Francisco Parentes são tributos que não  denotam ser apenas de cunho político, pois, o patrono escolhido para ser homenageado tratava-se de uma pessoa que prestou serviços à  cidade de Floriano e sociedade florianense, o que o faz digno e merecedor de tais agraciações, pois foi a  sua proposta profissional da construção do Estabelecimento Rural São Pedro de Alcantara tempos depois culminou na cidade de Floriano.

Assim, o décimo segundo capítulo especifica a “Inclusão Educacional de Estudantes com Necessidades Educacionais Especiais (NEEs) na rede regular de ensino à luz das práticas pedagógicas de docentes dos anos iniciais do Ensino Fundamental”, possui como objetivo superar uma história de exclusão e segregação social e educacional. Nessa perspectiva, buscou-se discutir aspectos relacionados ao processo de inclusão educacional respaldado em documentos legais que norteiam a atuação pedagógica no processo de inclusão, destacando a Declaração de Jomtien de 1990, Declaração de Salamanca de 1994, a Lei nº 9.394/1996-(LDBEN/96) e a Lei nº 13.146/2015 - Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com deficiência.  Os colaboradores do estudo foram docentes vinculados à rede municipal de ensino de Floriano/ PI. Os resultados da pesquisa revelaram que os professores pesquisados demonstram compreender os significados da Educação Especial Inclusiva e que o município pesquisado vem aos poucos avançando no processo de Inclusão Educacional, apesar de ainda enfrentar muitos desafios.

No decimo terceiro capítulo discute sobre as “Práticas Pedagógicas na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos: desafios e perspectivas”.  Este trabalho tem como objetivo analisar as práticas pedagógicas utilizadas pelos professores da EJA na rede municipal de ensino de Floriano – PI. Os resultados foram obtidos com base em entrevista com três professores e observação in loco, tendo em vista os principais desafios e perspectivas dessa modalidade de ensino. Conclui-se que, essa modalidade de ensino tem em sua marca histórica, a segregação social. Verificamos também, que os docentes enfrentam dificuldades em suas práticas pedagógicas e, a principal delas é manter a permanência dos alunos na escola, além disso, há ausência de estrutura física adequada, recursos, investimento e valorização dos professores.

O decimo quarto capitulo “A prática pedagógica em consonância com o currículo dos anos iniciais em uma escola municipal de OEIRAS – PI”, possui como objetivo geral analisar como o currículo no ensino fundamental contribui para a qualidade e a equidade da educação no processo de ensino aprendizagem. Foram realizados estudos acerca do tema e pudemos observar que a metodologia que foi adotada para a realização desse trabalho bem como a bibliografia estudada, nos permitiu responder a cada um dos objetivos da pesquisa com argumentos que reforçam que o currículo é o meio pelo qual a escola se organiza e atinge resultados, não necessariamente numéricos, mas também em relação a aquisição de habilidades pertinentes a cada idade ou ciclo.

Décimo quinto capítulo definido como “Desafios do Trabalho Interdisciplinar no Ensino Fundamental I”, diz respeito a atuação dos docentes em sala de aula com a proposta de realizar o diálogo entre as disciplinas de forma que os discentes compreendam as informações repassadas e compreendam que o mesmo conteúdo está sendo abordados de maneiras distintas. Para tanto, o planejamento deve ser claro e conciso para que o objetivo seja alcançado, ou seja, o alunado entende como os assuntos estão sendo trabalhados sem a forma tradicional de aprendizagem como a repetição. Os desafios da interdisciplinaridade são notáveis quando se propõe uma nova forma de abordagem dos conteúdos e planejamentos como também se propõe uma pedagogia inovadora. Dessa maneira, para que a interdisciplinaridade seja efetiva e eficaz na prática docente é necessário abolir os entraves entre as disciplinas e professores.

Na constituição do décimo quinto capítulo “Desafios da interdisciplinaridade na educação profissional: um breve estudo por meio da pesquisa bibliográfica”, discorre que na Educação Profissional ocorrerá a partir do problema gerador do projeto, que pode ser um experimento, um plano de ação para intervir na realidade ou uma atividade, são identificados os conceitos de cada disciplina que podem contribuir para descrevê-lo, explicá-lo e prever soluções. O objetivo desse estudo é abordar desafios da interdisciplinaridade na Educação Profissional. O estudo de natureza descritiva e pesquisa bibliográfica. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, apresenta uma abordagem qualitativa, não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas e o ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave.

Portanto, no décimo sexto capítulo delimitado “Currículo: aspectos didáticos à luz das composições científicas brasileiras”, apresenta os resultados de uma revisão sistemática que procurou analisar as composições científicas brasileiras sobre o currículo e os aspectos didáticos nos espaços de aprendizagens. Empregou-se a análise textual discursiva (ATD) no qual emergiram duas categorias emergentes fundamentados a partir das interpretações das leituras realizadas, no processo de desconstrução do texto. Os estudos revelaram a relação do currículo com os aspectos didáticos, pois o currículo não é algo único, mas construído no processo de interação e relação com os mais diversos elementos, permeando pelos conteúdos, a forma como estes são elaborados, organizados e desenvolvidos para a melhoria do ensino e aprendizagem dos estudantes. Destaca-se também, a respeito da construção de currículos inovadores como forma de romper com os currículos estagnados e sem significação para os estudantes, possibilitando que os mesmos possam adquirir conhecimentos de forma inovadora, ativa e relevante para todos.

Conclui-se, que julgo importante o estudo e a articulação entre os capítulos desta obra, nos direciona a uma proposição de que a formação deve ser fundamentada no domínio dos conhecimentos científicos, didático, tecnológico e pedagógico, mas não pode prescindir de ser realizada em interação com os sujeitos envolvidos no processo formativo e educativo. Para Nascimento (2021) é através das ‘práxis’ sociais, entendidas como atividade humana, que se supera a dicotomia teoria e prática, sobretudo o ser humano também se transforma por meio das relações com os outros. Entende-se por práxis a dimensão existencial e ontológica do Homem que, ao estar diante da apreensão da sua realidade, busca transformá-la, direcionado por suas intenções. A práxis por natureza e intencionalidade é revolucionária e engendrada pelo fluxo social de transformação, o fim último das práxis é a própria humanização.

Franc-Lane Sousa Carvalho do Nascimento

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Publicado

2023-04-10

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Seção

Obra Completa