OS EDUCADORES, A DIVERSIDADE CULTURAL E A PRODUÇÃO DE IDENTIDADES/DIFERENÇAS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55470/editora.978-65-994576-9-2

Palavras-chave:

Educação, Diversidade, Identidade

Resumo

Prezado(a) leitor(a) convido você para primeiramente se preparar. Preparado(a)?  Elegi essa epígrafe porque ela traduz – aguçada(mente) – o que venho lhes apresentar. Em sua obra advinda do estudo de mestrado intitulada: Os educadores, a diversidade cultural e a produção de identidades/diferenças, condiciona mais um ainda emperrado lado da porta-horizontal contemporânea que estava emperrado e passa a ser aberto. O seleto trabalho do professor doutor Carlos Igor de Oliveira Jitsumori, profissional docente em universidade e colégios na Capital Morena, Campo Grande Mato Grosso do Sul, Estado do Pantanal, propõe desfrute sugestivo do que vem contribuir para a sociedade brasileira no âmago educativo-cultural.

Carlos Igor pedagógica(mente) desenvolve nesse liame estudantil-acadêmico práticas requeridas pelas fendas de uma sociedade ainda muito inflamada pelo eurocentrismo vigente nas diversas esquinas do mundo contemporâneo. Por isso digo que a epígrafe eleita promove o matrimônio desse louvável trabalho, que não apenas reconheço seus predicados, porém significativamente, louvo também. O labor professoral brasileiro incide em práticas (des)ferramentadas por vários abismos abertos por poderios coloniais. Por isso, você leitor(a) deve desprender-se das cadavéricas e cartesianas formas de leitura adjacentes à marca do estilo centrista brasileiro de falar sobre determinada temática, para aqui, desnudar-se para perceber um projeto instrutivo-pedagógico de se perceber e, principalmente, bradar a partir dessa percepção.

Como professor também gosto muito da diversidade muito embora prefira insistir no plural: diversidades. Este trabalho que você propôs a ler roçará em seu corpo como uma formiga-lava-pé proporcionando em você malabarismos e coceiras que lhe induzirá a perceber de onde parte o incômodo. Isso é o que muito bem faz o professor e escritor contemporâneo brasileiro, Carlos Igor de Oliveira Jitsumori. Gosto e devo ressaltar que a epígrafe de Nolasco (2021) eleita afinadamente para este prefácio no traz a verve do dizer por aquilo que se quer escrever. Jitsumori não quer escrever neste trabalho, não luta para escrever e como muito bem endossa em sua dissertação, parece findar este trabalho na significância de um vazio. Sinto esse mesmo vazio, quiçá por isso o Brasil neste atual (des)governo tem batido tanto a cabeça nos meios-fios das ruas cujas sujeiradas são advindas do poder quase-maior. Nessa esteira compactuo com célebre autor: há-nos um vazio tremendo.

 Por esses meandros, estimado(a) leitor(a), recebi o imensurável convite do referido professor e doutor em educação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS, para inseri-lo como epígrafe ultra preparatória e digo o porquê. “O sujeito possui várias identidades de acordo com a cultura. Por isso, ela deve ser central na compreensão dos sujeitos da contemporaneidade, seja na escola ou no contexto mais amplo”, esse trecho endossado pelo próprio autor coloca você, apreciador(a) deste livro como um missionário do Brasil que existe em nossos desejosos sonhos cujo ensaio tem se mostrado pesadelo, quando ainda me refiro ao ilustre presidente desta nação que convictamente não será reeleito, pois sim, a sociedade de uma nação também aprende com erros trágicos.

Determino esse discurso para vos apresentar este livro – que fruto de uma árdua pesquisa – chega à sociedade latino-americana como brinde instrutivo para o pensar educacional contemporâneo. Quando se deparar – folha a folha – com o delinear desta obra, verás que os subtítulos deste livro são trazidos assertiva(mente) para que você, ao cumprir o sapateiro pós-incômodo da formiga-lapa-pé, sentir-se provocado(a) a imergir na temática que não está na televisão apenas, mas que vive no descortinar das escolas de todo o país e, também, onde qualquer ser humano habita. Sigamos nessa verve prefacial.

Destaco que temos um impasse constante. Temos em vigência instituições e famílias do século XIX, pais e professores do século XX e alunos (filhos) do século XXI. Eis a tríade conflituosa dos trâmites contemporâneos. Nesta obra que muito me apraz apresentar, adianto a você não em formato de spoiler, mas sim de combustível, que o corpo deste trabalho salpica doses do esperançar dialético-professoral que muito se deve aplicar. Perceba que nas diversas mídias, sobretudo da América Latina, transita-se entre os ensinos tradicional e contemporâneo. Veja que o conflito secular supracitado aparece – mesmo que inconscientemente – nesses discursos que buscam ser atrativos quando na verdade balbuciam a incerteza do ponto de partida.

Nos primeiros subtemas eleitos pelo mavioso professor das filosofias que me tocam, pude perceber os liames por ele pretendidos para lhe abastecer das criticidades que o circunda como professor brasileiro. As ancoragens eleitas pelo docente como: afirmativas de problemas genéticos (aplicada por discursos de ódio), a inserção da mídia e sua forma-partícipe dessas discussões bem como a escola como responsiva instituição são debates que você encontrará nos incipientes abastecimentos apreciativos que a leitura lhe trará nesta obra. Aqui uma advertência! Podemos sim discutir as imersões do outro em fala que não nos pertence, porém é preciso eleger um local de fala para abalizar o nosso ponto de partida. Vejam que os ensinamentos europeus ainda envergam seus valores em solo latino-americano, contudo – mesmo reconhecendo conscientemente esse processo – sabemos que esse ensino, pensado em um grande centro, não é e jamais deverá ser o nosso ponto de partida.

Nos primeiros passos apreciativos desta obra, você encontrará o ponto de partida noticiado, digo porque os trânsitos correlatados pelo professor ofertará a sua imersão para um processo reflexivo dos possíveis vazios que o toca enquanto brasileiro, em macro análise, enquanto latino-americano. Desde os impasses da (in)acessibilidade da surdez, estereótipos étnico-compulsórios de uma parcela assídua da sociedade, o professor Jitsumori circunscreve experiências que são admitidas pelo seu corpo apreciativo de docente. O que vê, passa a ser holofote neste trabalho de dissertação de mestrado que chega nos maiores louros em formato de livro o que muito ganhará a comunidade educacional do nosso país.

Prezado(a) leitor(a) esta obra alcunhada como: Os educadores, a diversidade cultural e a produção de identidades/diferenças, tirita os nossos ossos descoloniais. Saiba que você, ao apreciar este trabalho, não sairá com respostas dos impasses tão bem discernidos pelo autor, mas certamente, com provocativas que nutrirão o seu ponto de partida assuntivo para saber – minimamente – que uma ferida secular não se cura com o remédio da farmácia mais próxima da sua casa. O remédio talvez esteja no futuro-presente que nos encontramos, na face insistente de angariarmos caminhos que rompam com os cíclicos e sazonais modus operandi de uma sociedade que – guardadas as devidas proporções – erra por não saber olhar para o maior ideal de civilidade tão compensada pelo rito cristão das boas práticas sociais.

Eleito fui para vos apresentar esta obra que bravamente chega ao vosso alcance como prato-feito de cada dia. Não obstante às inerências do que posso pensar, digo-vos, que a receita para compreensão dos impasses elucidados aqui debatidos é justamente o próprio debate, o diálogo amistoso. Seja você também abastecido dessas possibilidades que me tocaram e que no Brasil contemporâneo servirá sim como ponto de partida coerente. Vamos conferir!

 

Fábio do Vale

Biografia do Autor

Carlos Igor de Oliveira Jitsumori , Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Professor e Escritor, Doutor em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul ? UFMS, Pós-doutor em Estudos de Linguagens pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens ? curso de Pós-Doutorado/FAALC. Mestre em Educação e Graduado em Filosofia, ambos pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Atualmente é Professor da Faculdade Insted (Instituto Avançado de Ensino Superior e Desenvolvimento Humano) nos cursos de Direito, Psicologia (EaD), Pedagogia (EaD), Administração , Ciências Contábeis e Estética. É Editor Assistente da Revista Camalotes (RECAM). Professor de Filosofia, Sociologia e Redação. Integra os seguintes grupos de pesquisas: NECC (Núcleo de Estudos Culturais Comparados - UFMS) e Grupo de Estudos e de Investigação Acadêmica nos Referenciais Foucaultianos (GEIARF/UFMS/CNPq). Áreas de interesse e pesquisa: educação, direito, sujeitos e práticas de si, relações de gênero e diversidade. Linha de pesquisa voltada para a filosofia do Direito, em uma perspectiva ética e política greco-romana. Estudo na área foucaultiana sobre a Sociedade Punitiva e Vigiar e Punir que narra uma estudo genealógico de como o sujeito é produzido no interior do poder disciplinar. questão que leva a interpelar o Direito, a Ética, a Disciplina, os mecanismos de poder e suas tecnologias de controle do sujeito moderno. Além dessa faceta de pesquisa, há uma transversalidade de como nasce o direito de poder desde os gregos e como isso se manifesta nas instituições modernas e contemporâneas das instituições Jurídicas a uma reflexão filosófica do Direito e da educação contemporânea.

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Publicado

2023-04-10

Edição

Seção

Obra Completa