Inclusão e Acessibilidade Educacional

Ações e Saberes

Resumo

Bastante satisfeito pude apreciar e prefaciar a obra: INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE EDUCACIONAL: AÇÕES E SABERES organizada pelos professores pesquisadores: Silvia Lúcia Lopes Benevides e Yuri Miguel Macedo. A tematização do livro é bastante cara à leitura prático-educacional que o país tem angariado na dobrada do século XXI. Ainda com fortes influências modernas, ou seja, eurocêntricas, o Brasil tem assistido um processo cujo invólucro educacional vigente não consegue, não dá mais conta de suprir os imbróglios das fendas existentes na cultura pedagógico-educacional brasileira. Você leitor(a) encontrará nesta obra dinâmicas curriculares que atravessam a responsabilidade brasileira de se compreender e atender as necessidades no educando que embora seja mencionado na cultura do nosso país como inclusivo, ainda não o é.

No primeiro capítulo intitulado ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO NUMA UNIVERSIDADE INCLUSIVA, POPULAR E PARA TODOS os autores se debruçam para tematizar a inclusão como lema buscando angariar uma universidade cuja equidade não seja meramente uma proposta teórica expandindo os olhares dos leitores para um capítulo transeunte pelas faces curriculares e também pedagógicas. Nessa mesma verve inclusiva o segundo capítulo de produção sul-mato-grossense intitulado A EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA EM EMEIS DA REDE PÚBLICA NA CAPITAL SUL-MATO-GROSSENSE busca demonstrar e trazer caminhos para se garantir uma escola acessível ao público da educação especial disseminando ideias segregativas que mudam os docentes com visadas contribuintes.

Pude perceber na medida em que a apreciação foi sendo feita que a obra em questão traz – de maneira provocativa – sugestões para que os desafios ora no processo de letramento, ora no processo de fundamentação quando me refiro aos fundamentais I e II trazendo solidez ao sequenciamento do estudo básico-escolar no Brasil. Nessa esteira você leitor(a) encontrará a discussão contemporânea de uma apreciação realizada no nordeste brasileiro cuja nomenclatura capitular apresenta os DESAFIOS DA FORMAÇÃO INICIAL NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO: OS CURSOS DE LICENCIATURA NO MUNICÍPIO DE VALENÇA/BA prefigurando um enfoque pedagógico para a aplicabilidade dos conteúdos e métodos pedagógicos necessários para a eficácia do docente em sala de aula cujo pretensão resvala a idealização e práticas inclusivas.

Bastante contemporâneo o próximo capítulo preconiza uma visada educacional que precisou de adaptações no contexto pandêmico da COVID-19 em que as experiências compartilhadas no texto O GEPEES E A ESCUTA QUALIFICADA DA UNEB: RELATOS DE UMA EXPERIÊNCIA NO PERÍODO DA PANDEMIA demonstra a necessidade de se compartilhar experiências para atingindo de forma mais assertiva as fendas abertas pela pandemia no processo de formação educacional básico brasileiro. O referido capítulo veicula políticas do MEC na criticidade da acessibilidade para as devidas inclusões para com práticas reais, temática pontualmente interessante, dadas as experiências compartilhadas nas práticas elaboradas pela UNEB.

No desfecho desta obra será apresentado a você leitor(a) contumaz pelas boas novas contemporâneas, dois capítulos sincronizamos pela inclusão e fortalecimento da nossa segunda língua oficial, a Libras, em que os autores versam não o enfoque assíduo que vemos nas práticas vigentes, mas contribuições que atravessam o contexto educativo de crianças surdas ao relato de uma aluna portadora dessa especificidade que brada a sua crítica para com o sistema em exercício no país.

No primeiro desses capítulos que versam sobre o bilinguismo brasileiro através da Libras, Língua Brasileira de Sinais, intitulado PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA ALFABETIZAÇÃO DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NAS CRIANÇAS SURDAS é categorizada a preocupação para com os professores surdos em seus processos formativos. Esse capítulo frisa a importância para que o professor de Libras se atente à atualização a respeito da alfabetização buscando metodologias inovadoras para serem aplicadas durante o processo através da métrica interacionista entre educador e educando. Em desfecho contributivo o capítulo apresentado como MARCAS DA LIBRAS: CARTA PESSOAL DE UMA ALUNA SURDA traz ao mesmo tempo a distinção da gramática da Libras contrastando as característica da gramática da língua portuguesa. Essa distinção permite que a caracterização de influências de sinais sobre a língua oral não seja vislumbrada como basilar configurando assim equívocos normativos entre as duas línguas trazendo relevante contribuição para com o cenário inclusivo linguístico brasileiro.

Prefaciar a obra INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE EDUCACIONAL: AÇÕES E SABERES foi e desejo que será para você leitor(a) brasileiro(a) um convite para responder ao título deste livro. Quando sobretudo destaca-se ações e saberes, sugiro uma inversão para a sua vida professoral. Ao apreciar esta obra você angariará saberes para que as ações em sua escola ou em suas práticas epistemológicas acontecem de forma coerente imbricado nessa vicissitude pedagógico-contemporânea. O anseio da acessibilidade tão bem debatido na obra – quando me refiro ao desejo de práticas efetivas – demonstra que o debate e o compartilhamento de experiências seguem sendo uma apostada e sensível atitude hodierna.

Devo ainda creditar aos organizadores Silvia Lúcia Lopes Benevides e Yuri Miguel Macedo os cumprimentos de um pesquisador que pode apostar na (des)problematização de paradigmas que passam a ser esclarecidos através de práticas que valoram a nossa ação enquanto professores e pesquisadores brasileiros. A temática da abordagem inclusiva nunca perecerá, digo por que satisfatória(mente) o contexto cultural do nosso país no bojo educacional trabalha não somente com as demandas dos educandos de AEE, transtornos diversos, altas habilidades/superdotação, mas de uma congruente prática que anseia a descolonização de práticas fossilizadas que não dão mais conta de suprir as práticas que estamos desempenhando desde a escola básica até o ensino superior e pós-graduação brasileiros.

Meu convite é pontual. Venha – assim como eu – experienciar práticas pedagógicas transformando teorizações e ações contemporâneas eficazes para com a nossa labuta educacional brasileira. Boa leitura!